Cântico do amor (1Cor 13, 1-13)
Ainda que eu fale as línguas dos homens e dos anjos,
se não tiver amor(liberdade/gratuidade), sou como um bronze que soa
ou um címbalo que retine.
Neste versículo nos é apresentada a palavra amor (ágape), segundo a tradução da Difusora Bíblica. Porém se olharmos para a Bíblia de Jerusalém a palavra que nos aparece em lugar de amor é a caridade. Isto leva-nos a perceber que ambas as palavras procuram traduzir a existência Cristã. Podemos dizer que as exortações práticas de Paulo para traduzir activamente a experiência cristã partem do amor/caridade e nele se concentram, pois a tríade Paulina centra-se na fé, amor/caridade e esperança. Contudo podemos dar uma outra interpretação ou tradução para reler este cântico do amor. Um dos traços distintivos da espiritualidade segundo Paulo é a liberdade e a gratuidade. Deste modo leva-nos a introduzir a palavra liberdade em vez de amor neste hino, no sentido que a liberdade cristã é o estatuto original dos crentes baptizados em Jesus Cristo. Contudo trata-se de uma dupla liberdade: do ponto de vista negativo, onde os cristãos são libertados do demónio do pecado, que se manifesta como egoísmo desordenado, agressivo e rebelde centrado nas "obras da carne”; e a liberdade positiva, dada pelo Espírito Santo, de um recíproco e sincero, donde deriva a atitude constante em viver relações de solidariedade gratuita e de serviço mútuo. Quanto à gratuidade O próprio São Paulo alerta à comunidade de Corinto que dêem a sua própria contribuição para os pobres de Jerusalém “Conheceis bem a bondade de Nosso Senhor Jesus Cristo que, sendo rico, se fez pobre por vós, para vos enriquecer com a sua pobreza”. (2Cor 8,9). Neste sentido apraz-nos dizer que a palavra liberdade e gratuidade inspiram as intrusões práticas ditadas por Paulo, para concretizar a existência cristã nos vários âmbitos e enquadram bem no contexto deste hino.
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