quarta-feira, 14 de abril de 2010

Proposta de tradução para «agapê»

Sempre ouvi que a melhor expressão para traduzir agapê é caridade, como o atesta a primeira encíclica do Papa Bento XVI. Não vou fazer uma teologia da caritas e explicar porquê esta escolha lógica.
Mas diante da possibilidade de haver outras alternativas, pensei se, de facto, não se poderia traduzir esta palavra como simplesmente ... o Espírito Santo. O Espírito que nos torna filhos de Deus é aquele que permite a vivência plena da caritas. O Espírito Santo é esta relação íntima que une o Pai e o Filho, é acção vivificante e santificadora que aperfeiçoa e une a Deus por via do amor. Neste hino de S. Paulo, o uso deste termo centraliza na acção de Deus todos os méritos da vida humana, e a graça suplanta a natureza. Percebemos como o amor não é um altruísmo sem mais, mas algo que brota do próprio seio da vida trinitária. E, além disso, é pelo Espírito que podemos chegar à visão de Deus, é por ele que podemos almejar a este caminho que ultrapassa a todos.
Situado entre dois capítulos que privilegiam a referência aos dons e carismas que brotam do Espírito e que são constitutivos da própria realidade eclesial, neste capítulo 13 podemos ver como elaborar um hino à graça de Deus, ao Espírito Santo, poderá ser uma estratégia bem delineada por S. Paulo, que faz depender de Deus toda a realidade humana e sobretudo eclesial.

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