terça-feira, 6 de abril de 2010

Paulo "comunicador"

Evangelizar é "comunicar". Paulo é o apóstolo que não se cansou de proclamar a "boa notícia" de Jesus Cristo. É assim que ele inicia a carta aos Romanos: "De Paulo, servo de Jesus Messias, chamado a ser apóstolo, reservado para anunciar a boa notícia de Deus..." (Rm 1,1.) Paulo não mediu esforços em seu trabalho de evangelização. Além de manter-se em contínua comunicação com os que estavam ao seu lado, buscou todos os recursos técnicos de comunicação disponíveis da época para fazer o Evangelho chegar aos que estavam distantes. Soube buscar o equilíbrio entre a comunicação interpessoal e a indirecta, por meio de suas cartas, com um só objetivo: chegar a todos com a Palavra de Deus.

Um emissor com mensagem clara:

A comunicação é um processo do qual faz parte o emissor que transmite uma mensagem. Ao descrever o apóstolo Paulo, do ponto de vista da comunicação, podemos afirmar que ele tem clara sua mensagem. Sabe o que deseja anunciar. Paulo tem um conteúdo que nasce, não só de sua formação intelectual, mas principalmente de sua experiência de vida.

Educado na mais perfeita tradição judaica, Paulo trazia consigo uma bagagem cultural que incluíam um conhecimento profundo das tradições do judaísmo e noções das filosofias e religiões gregas de seu tempo. Porém, a experiência que fez na estrada de Damasco, conhecida comummente como "conversão", marcou profundamente sua vida, mais do que todos os estudos e práticas religiosas.

No caminho de Damasco, o perseguidor ferrenho dos cristãos tem um encontro inusitado que o faz cair por terra. Encontra-se com Jesus Cristo, o mesmo que ele perseguia na pessoa dos cristãos. Ananias, que o acolhe depois dessa experiência, tem uma visão na qual o Senhor afirma: "esse homem é um instrumento que eu escolhi para anunciar o meu nome aos pagãos, aos reis e ao povo de Israel" (At 9,15).

Paulo, em pessoa, torna-se um "instrumento de comunicação" da boa-notícia, que tempos depois o faz reconhecer: "agradeço àquele que me deu força, a Jesus Cristo nosso Senhor, que me considerou digno de confiança, tomando-me para o seu serviço, apesar de eu ter sido um blasfemo, perseguidor e insolente" (1Tm 1,12-13).

Da conversão de Paulo nasce a missão cujo fundamento está numa convicção. "Sei em quem depositei a minha fé", escreve a Timóteo (2Tm 1,12). Tem consciência de que o evangelho, que comunica com tanta paixão a todos os povos, chegou a ele por meio de uma revelação que transformou totalmente sua vida. O que move a comunicação de Paulo é a fé em Jesus Cristo, a ponto de dizer: "Eu vivo, mas já não sou eu que vivo, pois é Cristo que vive em mim. E esta vida que agora vivo, eu a vivo pela fé no Filho de Deus, que me amou e se entregou por mim" (Gl 2,20).

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