Alguma informação sobre a cidade de Corinto...
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“(…) nem todos podem ir a Corinto”. (PÍNDARO apud SALLES, 1982, p. 35)
O brilho da cidade de Corinto resplandeceu por toda Heláde com sua opulência desde o seu surgimento, continuando a encantar após a destruição e reconstrução dirigida pelos Romanos, pela figura do imperador Augusto. Situada na parte central da Grécia, devendo sua grandeza ao Istmo com o mesmo nome, constituído por uma porção de terra que ligava a parte norte da Grécia com o Peloponeso, as fronteiras da cidade limitavam-se com a Acaia, a Arcádia e a Argólida e o Istmo de Corinto. A pólis possuía dois portos, um voltado para o mar Jônico com acesso pelo golfo de Corinto e outro voltado para o mar Mirtóico com acesso pelo golfo Sarónico, como pode ser observado no mapa.
O Golfo de Corinto garantia a cidade acesso direto ao mar e o Istmo se estendia no sentido sudoeste-nordeste. Sicíon e Ístmia foram outras cidades importantes na Antigüidade e em Peracora, perto de Ístmia havia um importante santuário dedicado a Hera. A Megárida é uma pequena região que abrange a parte leste do istmo e uma pequena planície situada à oeste da Ática. O relevo da parte oeste é montanhoso e compreende principalmente o Monte Geranéia; a parte leste é constituída por uma fértil planície, a Planície Branca, que se estende para leste e para nordeste até o Monte Cerata, no limite com a Ática. A costa dos golfos de Corinto, ao norte, e Sarônico, ao sul, tem bons portos. Das comunidades antigas as mais importantes foram à cidade de Mégara; os portos Pegai e Niséia; Egóstena; Salamina, ilha do Golfo Sarônico.[1]
Os portos (empória) foram de fundamental importância para o comércio, contudo as rotas terrestres caracterizavam a principal diferença entre outros centros comerciais e Corinto. O Istmo possuía ramificações de vias terrestres que ligavam a Ática ao Peloponeso como descrito por Alexandre Lima[2]:
Sua situação geográfica foi o principal motivo do seu desenvolvimento atípico, se comparado a seus vizinhos Peloponesos ou Áticos. Corinto se desenvolveu como uma cidade comercial, contundo a produção agrária continuou sendo desenvolvida como atividade principal seguindo os princípios da sacralidade da terra.
“Há três coisas que desde os tempos mais antigos se encontram conexas e firmemente estabelecidas nas sociedades gregas e italianas: a religião doméstica, a família e o direito a propriedade; três coisas que mostram manifesta relação entre si em sua origem e que parece ter sido inseparáveis”. (COULANGES, 2004 p. 66).
Os portos atraiam navegantes e o Istmo foi por muito tempo o único caminho de comunicação das rotas comerciais terrestres entre a parte norte da Grécia e o Peloponeso, sendo assim a cidade prosperou e se tornou rica e opulenta, como descreve Heródoto ou como Pausânias pôde perceber, mesmo depois de sua destruição (146 a. C) e sua reconstrução já sob o domínio romano.
O centro urbano (ásty) possuía uma muralha de proteção que cobria parte do perímetro do Istmo, muralha que era bastante comum no século VI e V a.C devido ao fato das constantes guerras que ocorriam no mundo mediterrânico.
O ponto principal da cidade era a chamada Acrocorinto [3], parte alta da cidade onde se localizava a agora. Pausânias descreve a Acrocorinto da seguinte forma:
Seria difícil compreender o mundo grego sem estudar Corinto, elemento territorial de ligação entre a Ática e o Peloponeso. A cidade esteve à frente de seu tempo quando se envolveu em atividades comerciais, tarefa não apreciada para um período em que apenas a posse da terra é sagrada e digno de um Kaloi-kagathoi segundo os valores aristocráticos.
[1] Segundo descrição da revista eletrônica Grécia disponível em: http: //greciantiga.org/cie/geo07.asp .
[3] Nome dado à acrópole de Corinto sendo que acro significa alto ou parte alta enquanto polis se refere a cidade sendo assim Acrocorinto é a parte alta de Corinto, principal ponto do centro urbano.
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