sexta-feira, 28 de maio de 2010

Carta aos Colossenses (síntese)


Carta aos Colossenses
(síntese)


 Carta aos Colossenses, Ilda David'

1- Comunidade de Colossas

Colossas é uma pequena cidade da Ásia Menor, perto da grande dicade de Éfeso. Esta comunidade, formada por judeus e pagão, não foi fundada nem visitada por Paulo, mas pelo seu colaborador Epafras.

«o aprendestes de Epafras, servo como nós, ele que é um fiel servidor de Cristo ao vosso serviço e que nos informou do vosso amor no Espírito.» (Cl 1, 7-8)

«Saúda-vos Epafras, que é um dos vossos, um servo de Cristo Jesus, que continuamente luta por vós nas suas orações, para que vos mantenhais no aperfeiçoamento e no pleno cumprimento da vontade de Deus. 13Com efeito, dele posso testemunhar que trabalha muito por vós, assim como pelos que estão em Laodiceia e em Hierápoles.» (Cl 4, 12-13)


2- Carta de Paulo

Paulo, durante o seu primeiro cativeiro, envia a carta a comunidade de Colossos e assina com a sua «mão» o seu próprio nome, salienta-se a autenciadade da própria carta.
  
«Ao mesmo tempo, orai também por nós, para que Deus abra uma porta à nossa pregação, a fim de que eu anuncie o mistério de Cristo - é por ele que estou preso - 4para que o dê a conhecer, falando como devo.»

«Saúda-vos Aristarco, meu companheiro de prisão, bem como Marcos, primo de Barnabé. Recebestes instruções a respeito dele; se for ter convosco, recebei-o bem»

«A saudação é da minha mão, Paulo. Lembrai-vos das minhas cadeias. A graça esteja convosco!» (4,3.10.18).

A novidade do vocabulário e dos temas desta Carta manifestam a sua originalidade em relação às outras Cartas de Paulo, o que se pode explicar pela novidade do meio ambiente da comunidade de Colossos, ou por a Carta não ter sido escrita directamente por Paulo.



3- Estrutura e temáticas

Introdução (Cl 1, 1-14)

A Carta é enviada por Paulo e Timóteo.

Paulo começa por ganhar a confiança da comunidade:

«nas orações que continuamente fazemos por vós desde que ouvimos falar da vossa fé em Cristo Jesus e do amor que tendes para com todos os santos, por causa da esperança que vos está reservada nos Céus.» (Cl 1,3-5)

«também entre vós o Evangelho tem produzido frutos e progredido, desde o dia em que o recebestes e, em verdade, tomastes conhecimento da graça de Deus» (Cl 1,6)

Paulo reza pela comunidade (Cl 1, 9-14):

«não cessamos de orar por vós e de pedir a Deus que vos encha do conhecimento da sua vontade, com toda a sabedoria e inteligência espiritual […]» (Cl 1, 9)


I Parte Teológica (Cl 1, 20 - 3, 4)


Hino cristológico (Cl 1, 15-20)

Paulo canta ou louva a Deus com um hino cristologico para falar da relação do filho com o Pai. O hino, inicialmente parece ser dirigido a Deus Pai, mas é dedicado ao Filho. Ele é composto por duas estrofes: a primeira refere-se os versículos 15-17, que apresenta Cristo como o Primogénito de toda criatura e salvador universal; e a segunda abrange os versículos 18-20, que fala de Cristo como o Primogénito dentre os mortos e redentor da humanidade.
O hino termina com a referencia da Cruz («por Ele e para Ele, reconciliar todas as coisas, pacificando pelo sangue da sua cruz, tanto as que estão na terra como as que estão no céu.» Cl 1,20). O tema da Cruz é importante para a Comunidade de Colossas, porque era formada por diversas etnias: judeus e pagãos. Cristo, pela sua Cruz, reconcilia toda a Criação e congrega todos as pessoas.

Os combates de Paulo
           
            Paulo, olhando para a comunidade de Colossos, depara-se com diversos problemas que impedem a fidelidade ao Evangelho:

I- Combate da falsa filosofia ou de uma especulação religiosa: «Olhai que não haja ninguém a enredar-vos com a filosofia, o que é vazio e enganador, fundado na tradição humana ou nos elementos do mundo, e não em Cristo.» (Cl 2,8)

II- Combate as leis judaicas que se impunham a todos: «Por isso, não vos deixeis condenar por ninguém, no que toca à comida e à bebida, ou a respeito de uma festa, de uma Lua-nova ou de um sábado.» (Cl 2,16)

III- Combate do esoterismo: «Não vos deixeis inferiorizar por quem quer que seja que se deleite com práticas de humildade ou culto dos anjos. É gente que, dando toda a atenção às suas visões, em vão se gloria com a sua inteligência carnal e não se apoia naquele que é a Cabeça» (Cl 2,18)

IV- Combate aos regimes alimentares e regras de pureza: «Se morrestes com Cristo para os elementos do mundo, porque é que vos submeteis a normas, como se estivésseis ainda dependentes do mundo? Não tomes, não proves, não toques em coisas, todas elas destinadas a ser consumidas; coisas de acordo com os preceitos e ensinamentos dos homens! São normas que, embora tenham uma aparência de sabedoria - a respeito do culto voluntário, da humildade, da austeridade corporal - não têm qualquer valor; só servem para satisfazer a carne.» (Cl 2,20-23)


II Parte exortativa (Cl 3, 1 - 4, 6)


«Portanto, já que fostes ressuscitados com Cristo, procurai as coisas do alto, onde está Cristo, sentado à direita de Deus.» (Cl 3,1)

Paulo passa da primeira para a segunda parte, usando o advérbio «Portanto» (Eiv ou=n). Nesta segunda parte, o apóstolo dirige-se a todos os cristãos, que ressuscitaram com Cristo ou que foram baptizados. Os cristãos são chamados a tomarem a Cruz de Cristo e a viverem em comunhão com Cristo, Ressuscitado. O Homem liberta-se do Homem velho, que é escravo da «fornicação, impureza, paixão, mau desejo e da ganância, que é uma idolatria» (Cl 3,5) e da «ira, raiva, maldade, injúria, palavras grosseiras saídas da vossa boca» (Cl 3,7), e reveste-se do Homem novo (Cl 3,10), que tem «sentimentos de misericórdia, de bondade, de humildade, de mansidão, de paciência» (Cl 3,12) e que sabe perdoar e amar (Cl 3,12-17). Contudo, Paulo apela a um grande relacionamento com Cristo (Cl 3,18-26) pela oração intensa e pelo testemunho cristão (Cl 4,2-6).


Conclusão (4, 7-18)

Paulo termina a carta enviando e saudando os colaboradores e depois termina assinando a própria carta.

«A saudação é da minha mão, Paulo. Lembrai-vos das minhas cadeias. A graça esteja convosco! » (Cl 4, 18).

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