quarta-feira, 5 de maio de 2010

CENTRALIDADE CRISTOLÓGICA EM PAULO

Fl 2. 5-11

Tende entre vós os mesmos sentimentos que estão em Cristo Jesus:
Ele, que é de condição divina, não considerou como uma usurpação ser igual a Deus;
no entanto, esvaziou-se a si mesmo, tomando a condição de servo. Tornando-se semelhante aos homens e sendo, ao manifestar-se, identificado como homem, rebaixou-se a si mesmo, tornando-se obediente até à morte e morte de cruz.

Por isso mesmo é que Deus o elevou acima de tudo e lhe concedeu o nome que está acima de todo o nome, para que, ao nome de Jesus, se dobrem todos os joelhos, os dos seres que estão no céu, na terra e debaixo da terra; e toda a língua proclame: “ Jesus Cristo é o Senhor!”, para glória de Deus Pai.


Fl 3.4-11

…ainda que eu tenha razões para, também eu, pôr a confiança precisamente nos méritos humanos.
Se qualquer outro julga poder confiar nesses méritos, eu posso muito mais: Circuncidado ao oitavo dia, sou da raça de Israel, da tribo de Benjamim, um hebreu descendente de hebreus; no que toca à Lei, fui fariseu; no que toca ao zelo, perseguidor da Igreja; no que toca à justiça – a que se procura na Lei – irrepreensível.
Mas, tudo quanto para mim era ganho, isso mesmo considerei perda, por causa de Cristo.
Sim, considero que tudo isso foi mesmo uma perda, por causa da maravilha que é o conhecimento de Cristo Jesus, meu Senhor:
Por causa d’Ele, tudo perdi e considero esterco, a fim de ganhar a Cristo e n’Ele ser achado, não com a minha própria justiça, que vem da Lei, mas com a que vem pela fé em Cristo, a justiça que vem de Deus e que se apoia na fé.
Assim posso conhecê-lo a Ele, na força da sua Ressurreição e na comunhão com os seus sofrimentos, conformando-me com Ele na morte, para ver se atinjo a ressurreição de entre os mortos.


À medida que vou percorrendo este caminhar com Paulo e melhor o vou conhecendo, instala-se em mim, cada vez mais profundamente, esta pergunta:

Que seria da Igreja e dos cristãos sem Paulo ?

Com uma certeza estonteante, prenhe de ousadia inaudita, ele diz-nos o que é ser cristão...

Viver de Cristo… Viver em Cristo… Viver do Absoluto de Cristo… Tudo o resto não tem qualquer importância.

O que se é o que se pensa, o que se decide, o que se faz, o que se ama, o que norteia a vida e lhe dá significado, o que se sofre, passa e é repassado por Cristo… Só neste dinamismo de entrega amorosa se pode dizer com Paulo:
“De tudo sou capaz n’Aquele que me dá força” Fl 4.13

Jerome Murphy-O’Connor, no seu livro “PAULO” (pág. 186) afirma:

“Fé/fidelidade é o amor que se auto-sacrifica: no acto de amor, Paulo é Cristo, uma vez que torna presente no mundo p próprio ser de Cristo. Mas o mesmo é verdadeiro para todos os crentes comprometidos. Assim, são conjuntamente Cristo, estão «revestidos de Cristo» e são « um só em Cristo Jesus» (Gl 3.27-28)
(…)
A sua Cristologia cresceu como um todo coerente e, o que ao princípio podiam parecer soluções ad hoc, pôde sempre ter a sua origem em discernimentos essenciais interligados”

Sem comentários:

Enviar um comentário