Segundo alguns estudos de alguns autores de Paulo a carta aos Gálatas foi escrita provavelmente em 54 ou 55 d.C., num contexto específico, sobretudo com a finalidade de tentar responder a alguns problemas concretos situados em determinadas Igrejas. Após ter sido escrita a carta aos gálatas, alguns aceitaram o evangelho, proclamado por Paulo. Quanto aos outros agitaram-se e atacaram Paulo pessoalmente, pregando uma forma diferente daquilo que era o cristianismo. Estes apelavam à circuncisão para a salvação. Assim, uma vez que os gálatas eram um povo de gentios incircuncisos, este grupo de agitadores insistiam que os gálatas deveriam acreditar em Cristo para obter a salvação, assim como também aceitar a circuncisão, segundo a tradição dos judeus. Mas Paulo diz-lhes que “nem a circuncisão vale alguma coisa nem a incircuncisão, mas sim uma nova criação” (Gal 6-15). De facto há um certo zelo pela tradição, por parte destes, como também um certo orgulho por ser uma raça judaica, com uma marca própria. Nesta perspectiva, os agitadores tentavam que os Gálatas se convertessem ao judaísmo segundo as suas tradições próprias e vivessem segundo o seu evangelho. Ao mesmo tempo tentavam desmotivar o povo, fazendo-os desacreditar de toda a doutrina anunciada por Paulo. Isto levaria a que o povo se afastasse das Igrejas e das próprias comunidades fundadas por Paulo.
Quanto aos agitadores influenciavam o povo dizendo que Paulo era um rebelde, um fora de lei, que tinha desafiado os apóstolos de Jerusalém. Contudo Paulo desafia-os dizendo: “faço-vos saber, irmãos, que o Evangelho por mim anunciado, não o conheci à maneira humana; pois eu não o recebi nem aprendi de homem algum, mas por uma revelação de Jesus Cristo” (Gl 1,11). Outro aspecto era que Paulo pregava a circuncisão antes da salvação, uma vez que ele mesmo se questiona: “Quanto a mim, irmãos, se eu ainda prego a circuncisão, porque sou ainda perseguido?” (Gl 5,11). Assim as palavras do seu evangelho serviam apenas para acomodar os gentios.
Porém o sentido da carta de Paulo tem um cunho diferente daquele que era interpretado pelos agitadores. O objectivo de Paulo foi alertar aos Gálatas, de que nenhum gentio precisa da realizar a circuncisão para pertencer ao povo da aliança, ao povo de Deus. É pela fé em Jesus Cristo, que se dá a comunhão entre o povo.
Deste modo Paulo procura demonstrar que os boatos, por parte dos agitadores acerca da sua evangelização eram falsos. Por isso procura sempre afirmar que o que ele anuncia vem da parte de Deus e ao mesmo tempo lança a pergunta aos que o tentam tramar «Se tu, sendo judeu, vives segundo os costumes gentios e não judaicos, como te atreves a forçar os gentios a viver como judeus?»(Gl 2,14).
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bem entendido, mas gostaria de algo mais completo, tipo seu dialogo com Pedro... e talvez um estudo de uma seguencia de versiculos de toda a carta, posso está querendo muito, mas é apenas pra ter mais conhecimento sobre esta carta.
ResponderEliminarA paz irmão. fico num aguardo. assvendas@live,com
Excelente!
ResponderEliminarMuito bom
ResponderEliminarMuto bem explcado
ResponderEliminarmuito bom.
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