sexta-feira, 4 de junho de 2010

ORAÇÃO, na teologia Paulina


ORAÇÃO, na teologia Paulina
1-      Rezar em línguas
«Por isso, o que fala em línguas reze para obter o dom da interpretação. 14Porque, se eu rezo em línguas, o meu espírito está em oração, mas a minha inteligência não colhe frutos. 15Que fazer, então? Rezarei com o espírito, mas rezarei também com a inteligência; cantarei com o espírito, mas cantarei igualmente com a inteligência. 16De outro modo, se tu elevas um cântico de louvor só com o espírito, como pode o que participa como simples ouvinte responder «Ámen» à tua acção de graças, visto que não sabe o que dizes? 17A tua acção de graças será certamente muito bela, mas o outro não tira qualquer proveito. 18Graças a Deus, eu falo mais em línguas que todos vós. 19Mas, numa assembleia, prefiro dizer cinco palavras com a minha inteligência, para instruir também os outros, do que dez mil, em línguas.» (1Cor 14,13-19)
è Paulo de uma forma extraordinária une o espírito à inteligência. O dom das línguas não pode ser separado do dom da interpretação. O espírito permite que o Homem reze e ao mesmo tempo interprete as palavras. Rezar não é pronunciar palavras sem sentido. Desta forma, Paulo critica os fariseus que sabem muitas orações e muitas leis, mas não sabem o alcance delas. A crítica aos fariseus é um apelo aos cristãos.
è O canto, a acção de graças e a resposta da comunidade (Ámen) são formas de oração, que os cristãos herdaram dos judeus. Estas formas de oração tem de dizer alguma coisa aos cristãos, se não dizem são palavras atiradas ao vento…
è A oração não é dizer muitas palavras (dez mil), mas só o essencial (cinco palavras). como diz Gandhi: «É melhor que fale por nós a nossa vida, que as nossas palavras»

2-      Oração exige um relacionamento
«Pois Deus - a quem presto culto no meu espírito, anunciando o Evangelho do seu Filho - me é testemunha de como constantemente me lembro de vós, 10pedindo sempre nas minhas orações que tenha, finalmente, ocasião de ir ter convosco; assim Deus o queira.» (Rm 1,9-10)
à Paulo presta culto a Deus no seu espírito. O oração não é algo de exterior (palavras e a mais palavras), mas é um enamorar-se do Evangelho ou da Boa Nova de Jesus Cristo, que permite o anúncio e a oração. A oração, acima de tudo, exige um relacionamento com Cristo.

3-      Acção de graças
«2Damos continuamente graças a Deus por todos vós, recordando-vos sem cessar nas nossas orações 3a vosso respeito, guardamos na memória a actividade da fé, o esforço da caridade e a constância da esperança, que vêm de Nosso Senhor Jesus Cristo, diante de Deus e nosso Pai, 4conhecendo bem, irmãos amados de Deus, a vossa eleição, 5pois o nosso Evangelho não se apresentou a vós apenas como uma simples palavra, mas também com poder e com muito êxito pela acção do Espírito Santo; vós sabeis como estivemos entre vós para vosso bem. 6Vós fizestes-vos imitadores nossos e do Senhor, acolhendo a Palavra em plena tribulação, com a alegria do Espírito Santo, 7tendo-vos, assim, tornado um modelo para todos os crentes na Macedónia e na Acaia. 8Na verdade, partindo de vós, a palavra do Senhor não só ecoou na Macedónia e na Acaia, mas por toda a parte se propagou a fama da vossa fé em Deus, de tal modo que não temos necessidade de falar disso. 9De facto, são eles próprios que contam o acolhimento que vós nos fizestes e como vos convertestes dos ídolos a Deus, para servirdes o Deus vivo e verdadeiro 10e para aguardardes do Céu o seu Filho, que Ele ressuscitou de entre os mortos, Jesus, que nos livra da ira que está para vir.» (1Ts 1,2)
«sem cessar, dai graças por tudo a Deus Pai, em nome de Nosso Senhor Jesus Cristo.» (Ef 5,20)
è a oração é um agradecimento por tudo aquilo que Deus dá. Como afirma Miguel Cervantes,           no livro Dom Quixote: «Feliz de quem recebeu do céu um pedaço de pão e não precisa de agradecer a ninguém além do próprio céu».

4-      Pedir pelo outro
«Dou graças a Deus, a quem sirvo em consciência pura, como já o fizeram os meus antepassados, ao recordar-te constantemente nas minhas orações, noite e dia. 4Ao lembrar-me das tuas lágrimas, anseio ver-te, para completar a minha alegria, 5pois trago à memória a tua fé sem fingimento, que se encontrava já na tua avó Loide e na tua mãe Eunice e que, estou seguro, se encontra também em ti.»
è A oração, além de ser individual, deve ter presente todos aqueles que caminham connosco ao longo da vida. Ela não é egocêntrica, mas é um sair de si e partir para o encontro com o outro.
è Paulo, na sua oração, recorda-se dia e noite, por meio de lágrimas de Timóteo.

5-      Oração Comunitária
«9Por isso, também nós, desde o dia em que ouvimos falar disso, não cessamos de orar por vós e de pedir a Deus que vos encha do conhecimento da sua vontade, com toda a sabedoria e inteligência espiritual, 10a fim de caminhardes de modo digno do Senhor, para seu total agrado: dai frutos em toda a espécie de boas obras e progredi no conhecimento de Deus; 11deixai-vos fortalecer plenamente pelo poder da sua glória, para chegardes a uma constância e paciência total com alegria; 12dai graças ao Pai, que vos tornou capazes de tomar parte na herança dos santos na luz. 13Foi Ele que nos libertou do poder das trevas e nos transferiu para o Reino do seu amado Filho, 14no qual temos a redenção, o perdão dos pecados.» (Cl 1,9-14)
«25Irmãos, orai também por nós.» (1 Ts 5,25)
«18e, para isso, vigiai com toda a perseverança e com preces por todos os santos, 19e também por mim; que, quando abrir a minha boca, me seja dada a palavra, para que, corajosamente, dê a conhecer o mistério do Evangelho, 20de que sou embaixador em cadeias; que, nele, eu possa falar aberta e corajosamente, tal como é meu dever.» (Ef 6,19)
è A oração é uma comunitária, na medida em que toda a comunidade reza por si e pelas outras comunidades. Há uma solicitude de uns irmãos para com os outros.
è Paulo, juntamente com as comunidades, reza sem cessar para que a comunidade de Colossos se deixe contagiar pelo Evangelho e que o viva.
è Paulo também pede orações pela sua missão de anunciador do Evangelho e pelas diversas comunidades.

6-      Rezar por todos
«1Recomendo, pois, antes de tudo, que se façam preces, orações, súplicas e acções de graças por todos os homens, 2pelos reis e por todos os que estão constituídos em autoridade, a fim de que levemos uma vida serena e tranquila, com toda a piedade e dignidade. 3Isto é bom e agradável diante de Deus, nosso Salvador, 4que quer que todos os homens sejam salvos e cheguem ao conhecimento da verdade.» (1Tm 2,1-3)
è O Cristão não vive fora do mundo, mas vive no mundo. Ele deve fazer orações, súplicas e acções de graças por todos os homens, especialmente pelas autoridades.

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