-No sec. XX vários autores voltaram reflectir acerca da dimensão política da teologia de Paulo.
Alaain Badiou diz que Paulo é o inventor do universalismo, todos valem o mesmo, não por pertença de sangue ou de estrato social, mas por pertença a Cristo ressuscitado.
-Jacob Toubes escreveu: A teologia politica de Paulo” em 1987, publicado em 1993, afirmando que a carta aos romanos estar na encruzilhada da Europa.
Paulo sente-se judeu e quer ser reconhecido como tal. Dai a questão da colecta, pois sendo ela aceite, seria sinal de reconhecimento da sua missão atribuindo-lhe legitimidade.
-Contudo, Paulo tem uma vertente universal. Ele diz q Cristo vence a Lei, mas não se refere apenas à Lei judaica, mas também inclui a lei romana. De facto, o império, como projecto humano de agregar o mundo em torno de uma lei é desmontado por Paulo.
A fé em Cristo é pois alternativa entre o sangue judeu e a lei romana. Mas como é que a fé num crucificado pode ser inicio de 1 transformação a nível político.
A partir da ecclesia, que era uma assembleia civil e ñ religiosa, é que nasce a Igreja.
Rom. 13, 1-7 serviu muitas vezes para afirmar o poder regalista e absoluto. Karl Barth afirma que se deve ler a partir de Rom. 12, 21: “Não te deixes vencer do mal, mas vence o mal com o bem”.
O poder do mundo é o mal, que os cristãos devem vencer com o bem. Paulo quer estar no mundo para o restaurar.
Taubes coloca ainda em oposição Nitzsche e Paulo. Nietzsche afirmava q Paulo é que tinha inventado 0o cristianismo como projecto social, politico e religioso.
-A diferença entre ambos, esta na forma como interpretam a dor. A dor deve ser integrada na experiência humana, e Paulo refere-a a partir do Messias Crucificado.
-Se o o que sofre é um justo, então a rebelião à dor foi já desencadeada, porque se 1 justo aceita sofrer, esse sofrimento deixa de estar ligado à culpa. O sofrimento do justo quebra com o esquema da Lei e da Aliança de culpa e expiação.
-Ora Paulo inverte o esquema: agora é o justo que se oferece a si mesmo e apresenta o amor como fonte de salvação. Paulo abriu assim o ciclo de um mundo novo.
-O Cristianismo de Paulo tem 2 palavra: pertença (pq é 1 teologia eclesial, que diz o lugar do cristão no mundo) e eschton (concepção cristã do kairos).
-De facto os cristão vivem num excesso temporal, que não os agarra ao presente. A imanência é sempre ultrapassada pelo tempo que chama.
E assim o cristianismo é uma alternativa ao mundo, é um espaço de liberdade. O cristão pode testemunhar o eschaton e a ressurreição de Cristo na sua insurreição contra o mundo.
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