domingo, 13 de junho de 2010

TEOLOGIA POLITICA DE PAULO

-No sec. XX vários autores voltaram reflectir acerca da dimensão política da teologia de Paulo.

Alaain Badiou diz que Paulo é o inventor do universalismo, todos valem o mesmo, não por pertença de sangue ou de estrato social, mas por pertença a Cristo ressuscitado.

-Jacob Toubes escreveu: A teologia politica de Paulo” em 1987, publicado em 1993, afirmando que a carta aos romanos estar na encruzilhada da Europa.

Paulo sente-se judeu e quer ser reconhecido como tal. Dai a questão da colecta, pois sendo ela aceite, seria sinal de reconhecimento da sua missão atribuindo-lhe legitimidade.

-Contudo, Paulo tem uma vertente universal. Ele diz q Cristo vence a Lei, mas não se refere apenas à Lei judaica, mas também inclui a lei romana. De facto, o império, como projecto humano de agregar o mundo em torno de uma lei é desmontado por Paulo.

A fé em Cristo é pois alternativa entre o sangue judeu e a lei romana. Mas como é que a fé num crucificado pode ser inicio de 1 transformação a nível político.

A partir da ecclesia, que era uma assembleia civil e ñ religiosa, é que nasce a Igreja.

Rom. 13, 1-7 serviu muitas vezes para afirmar o poder regalista e absoluto. Karl Barth afirma que se deve ler a partir de Rom. 12, 21: “Não te deixes vencer do mal, mas vence o mal com o bem”.

O poder do mundo é o mal, que os cristãos devem vencer com o bem. Paulo quer estar no mundo para o restaurar.

Taubes coloca ainda em oposição Nitzsche e Paulo. Nietzsche afirmava q Paulo é que tinha inventado 0o cristianismo como projecto social, politico e religioso.

-A diferença entre ambos, esta na forma como interpretam a dor. A dor deve ser integrada na experiência humana, e Paulo refere-a a partir do Messias Crucificado.

-Se o o que sofre é um justo, então a rebelião à dor foi já desencadeada, porque se 1 justo aceita sofrer, esse sofrimento deixa de estar ligado à culpa. O sofrimento do justo quebra com o esquema da Lei e da Aliança de culpa e expiação.

-Ora Paulo inverte o esquema: agora é o justo que se oferece a si mesmo e apresenta o amor como fonte de salvação. Paulo abriu assim o ciclo de um mundo novo.

-O Cristianismo de Paulo tem 2 palavra: pertença (pq é 1 teologia eclesial, que diz o lugar do cristão no mundo) e eschton (concepção cristã do kairos).

-De facto os cristão vivem num excesso temporal, que não os agarra ao presente. A imanência é sempre ultrapassada pelo tempo que chama.

E assim o cristianismo é uma alternativa ao mundo, é um espaço de liberdade. O cristão pode testemunhar o eschaton e a ressurreição de Cristo na sua insurreição contra o mundo.

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